segunda-feira, 7 de maio de 2012

CORISCO E DADÁ


CORISCO

Cristino Gomes da Silva Cleto, conhecido como Corisco, nasceu em 1907, na localidade de Matinha de Água Branca, no Estado de Alagoas. Com o passar dos anos, ficou belo como um galã de cinema: possuía boa estatura, ombros largos, pele alva e cabelos louros e longos. Além desses atributos, ele era dotado de grande força física e de uma coragem extraordinária. Em agosto de 1926, entrou para o bando de Lampião,  recebendo o apelido de Corisco seqüestrou Sérgia Ribeiro da Silva, a Dada, quando ela tinha, apenas, treze anos de idade. À força, colocou-a na sela do seu cavalo e fugiu pela caatinga. Dadá era morena, tinha cabelos pretos e 1,70 m de altura. Quando foi desvirginada brutalmente pelo Diabo Louro, a adolescente sofreu uma hemorragia tão intensa que quase morreu. Com o passar do tempo, porém, Corisco se tornou mais delicado, e o ódio sentido por ela se transformou, primeiro, em simpatia e, depois, em imenso amor.
Da mesma forma que a treinou para o uso de diversos armamentos, Corisco ensinou Dadá a ler, a escrever e a contar. Por sua grande coragem, ela era tão admirada pelos bandidos que certos chefes de bandos ressaltavam: Dadá vale mais do que muito cangaceiro! Com o Diabo Louro, ela teve sete filhos, mas apenas três deles conseguiram sobreviver. De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários subgrupos, dentre os quais os chefiados por Corisco, Moita Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e Mariano. Para o rei do cangaço, entretanto, o de Corisco sempre foi o bando mais importante de todos. Além de comparsas, os dois eram, ainda, grandes amigos.
Quando Lampião foi morto, Corisco e Dadá estavam na fazenda Emendada, em Alagoas. Com a morte do chefe do bando, Corisco assumiu o comando do bando. Mas, em 1939, durante um duro combate contra três volantes, na fazenda Lagoa da Serra, em Sergipe, ele foi ferido e nunca mais se recuperou: ficou com a mão direita ficou paralisada e o braço esquerdo atrofiado. A partir desse dia, Dadá se tornou a primeira (e única) mulher no cangaço a utilizar um fuzil. Um ano depois, Corisco dissolveu o bando. Apenas na companhia de Dadá, de Rio Branco e da mulher dele partiu para o sul da Bahia, à procura de um refúgio seguro. Iniciou, então, uma longa jornada pelo sertão. Para evitar ser reconhecido, vestiu-se de vaqueiro, cortou os longos cabelos loiros, aboliu o chapéu e as roupas do cangaço e, com todo o ouro que juntara durante todos aqueles anos, planejou ter uma vida diferente. No dia 5 de maio de 1940, por fim, na região de Brotas de Macaúbas, na Bahia, uma volante cercou o que restou do grupo e Corisco foi atingido na barriga por uma rajada de metralhadora. Ficando com os intestinos à mostra. Naquele mesmo conflito, Dadá foi atingida na perna, mais tarde amputada, mas só faleceu em 1994.

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